Pedro Lucas Lindoso
Em governos neoliberais,
geralmente os trabalhadores não têm muito o que comemorar no dia 1º de Maio.
Dia do Trabalhador. Pelo menos tivemos mais um generoso feriadão. A
segunda-feira foi emendada com o fim de semana. Muito mais do que um feriado, a
data tem por objetivo refletir sobre direitos adquiridos e cidadania.
Parece consenso, não só nos
livros de História como no “Google”, que a origem e as manifestações começaram
em 1886, em Chicago. Houve greve geral. Esses protestos ficaram conhecidos como
a “Revolta de Haymarket”. Os trabalhadores reivindicavam a redução da carga
horária de trabalho.
Minha professora de História
Jael Reis nos ensinou que no século 19 o 1º de maio foi uma data bastante usada
para manifestações operárias. Não só nos EUA, mas também na França e em outros
países da Europa. O dia foi comemorado na Suécia pela primeira vez em 1890, com
manifestações e desfiles. Nos Estados Unidos e Canadá, o Dia do Trabalho é
conhecido como Labour Day e é celebrado na primeira segunda-feira do mês de setembro.
O fato é que a data
tornou-se o Dia Internacional dos Trabalhadores, sendo feriado em numerosos
países do mundo. Havia desfiles e grandes comemorações em Moscou, na extinta
União Soviética. Por razões políticas óbvias não poderia haver essas comemorações
nos Estados Unidos, que, como já dito, comemora-se o dia do Trabalho na
primeira segunda-feira do mês de setembro. Na terça começa o ano letivo nas
escolas americanas. Na Austrália, o dia de celebração varia de acordo com a
região.
Para os brasileiros é o dia
de celebrar a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio
de 1943, por Getúlio Vargas. A CLT está incorporada à Constituição de 1988, mas
parece que os ventos neoliberais querem acabar com a lei ou modificá-la
significativamente,
O Brasil costumava comemorar
o aumento do salário mínimo nesse dia. Mudaram a data. Muitos sindicatos fazem
festa. Alguns sindicatos patronais colaboram.
Birobiro, presidente do
Sindicato dos Picolezeiros do DF e Entorno, festeja a data com cervejada e
churrascada. Há distribuição de brindes. Faz um grande bingo e sorteios de
passagens para o Rio de Janeiro. De preferência, em meio a um grande show com
cantor da hora. E viva o feriadão!
Birobiro, parafraseando
Joãozinho Trinta, diz que companheiro trabalhador gosta é de festejar, quem
gosta de protesto é intelectual.