Amigos do Fingidor

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Vermelho e Azul, as cores da nossa Bandeira



David Almeida

No mês de junho, os amazonenses ficam di­vi­didos entre as ban­deiras do Capri­choso e do Garan­tido, e, por in­crível que pareça, a ban­deira do Ama­zonas tem as cores dos bumbas. Há quem diga que a nossa ban­deira parece com a dos Es­tados Unidos, al­guns pensam até em mudar, mas, no mo­mento, essa não é a questão. Será que foi algum vi­sionário, que criou a ban­deira do Ama­zonas, vis­lum­brando um fu­turo com os dois bois? Bom, isso, também, não se sabe, o certo é que, o azul do Capri­choso está no nosso pendão, cheio de estre­linhas, como um céu estre­lado. Já o ver­melho do Garan­tido, não tem o co­ração visível, mas, só para não dar con­fusão, foi com­pen­sado com uma es­ti­cadela a mais, e está no meio da ban­deira. Por tanto, como um grande co­ração.


A bandeira do Amazonas, entre as bandeiras do Garantido e do Caprichoso.
Foto: David Almeida.


Gente, é só uma hipótese. Se anal­is­armos bem, o ide­al­izador do nosso pavilhão es­tava, po­liti­ca­mente, cor­reto, em re­lação aos bois, pois, estrelas são vistas, clara­mente, no céu, prin­ci­pal­mente, numa noite en­lu­arada. O sol, estrela de primeira grandeza da nossa galáxia, é bem visível no céu azul de num lindo dia de verão. Um co­ração ninguém vê, ele fica dentro do peito pul­sando as emoções, co­man­dando o sangue nas veias, num vai e vem rit­mado, ox­i­ge­nando, en­er­gizando a vida.

           Ufa!!! Agora, eu acho que está bem ex­pli­cado, porque essa questão que en­volve o uni­verso fol­clórico dos nossos bumbás, se a gente pisar na bola numa ex­pli­cação, a coisa fica preta. Não se pode tender, nem para um lado e nem para o outro.

         Para você sentir como a coisa é le­vada aos ex­tremos, tem torcedor que pinta a casa toda de ver­melho ou azul. Ex­istem bairros em Par­intins onde a pop­u­lação – com rarís­simas ex­ceções –, é toda torce­dora de um só boi. Como ex­istem famílias, também, di­vi­didas entre o azul e o ver­melho.

       Contam de um caso acon­te­cido em Par­intins que, numa briga entre marido e mulher – ele Capri­choso e ela Garan­tido – a con­fusão só acalmou de­pois que ela o colocou numa rede e em­ba­lando cantou: “ninguém gosta mais desse boi do que eu/ ninguém gosta mais desse boi do que eu”... É por essas e outras que a nossa ban­deira, como a própria arena onde acon­tecem os espetáculos, tem lugar para o ver­melho e o azul, cada um no seu de­vido lugar; e na hora das ap­re­sen­tações, o respeito e a ética são de fun­da­men­tal im­portân­cia.