João Bosco Botelho
Nos países, onde a mentira acadêmica é insuportável, as
autoridades públicas fazem questão de mostrar ao mundo que, sob nenhuma
circunstância, compactuam com a fraude dentro ou fora dos muros universitários.
Na dissertação de mestrado, na Universidade de Uberaba, em
2012, “Fraude acadêmica: uma análise ético-legislativa”, a Profa. François
Silva Ramos estabeleceu o conceito: “O termo fraude, no Direito Tributário,
deriva do latim fraus, fraudis, que significa engano, má-fé, logro. A
terminologia serve, portanto, para caracterizar o engano malicioso ou a ação
astuciosa, que, é importante registrar, ocorre de má-fé, para permitir o
ocultamento da verdade ou a fuga ao cumprimento da obrigação”.
A amplitude da fraude acadêmica é muito extensa e
diversificada: divulgação de mentira em relação a qualquer atividade dentro ou
fora do muro universitário, não só do conteúdo, mas também do local onde
ocorreu o evento.
A
professora-doutora Lívia Haygert Pithan, da PUC-RS, e a acadêmica de Direito
Tatiane Regina Amando Vidal, publicaram na revista Direito & Justiça, em
2013, o trabalho “O plágio acadêmico como um problema ético, jurídico e
pedagógico”. Nesse texto, as autoras acordam que existem na Lei de Direitos
Autorais instrumentos para fiscalizar e punir os fraudadores: toda citação
importa, obrigatoriamente, a indicação de autoria e local da publicação das
obras citadas.
A desobediência dessa âncora ética na construção do trabalho
acadêmico resultou na cassação dos doutorados, acima referidos, em diferentes
países.
As universidades no mundo abominam a mentira, o plágio,
enfim, a fraude acadêmica!
Entre as mais importantes nessa resistência é a antiga
Sorbonne. A belíssima universidade, situada no Quartier Latin, tem o nome em
memória ao teólogo Roberto de Sorbon, fundador do Colégio Sorbonne, em 1257.
Após a reforma universitária, de 1970, parte da resposta governamental às
revoltas estudantis, em maio de 1968, a Sorbonne foi dividida em treze
universidades autônomas. Quatro delas mantém o nome Sorbonne: Paris I (Panthéon
Sorbonne), Paris III (Sorbonne Nouvelle), Paris IV (Paris Sorbonne) e Paris V
(Paris Descartes).
Oferecer notícias
mentirosas à mídia acerca da própria produção acadêmica ou não desmenti-las,
quando publicadas equivocadamente, é igualmente grave fraude acadêmica e atenta
mortalmente contra a estrutura que moldou as universidades no mundo.
Desde os primeiros
núcleos do ensino universitário, no século 11, na França e na Itália, os
professores e os administradores nunca fecharam os olhos à mentira.
Em verdade, a universidade
abomina a fraude!